quarta-feira, 28 de maio de 2008

AeroMoça


Aeromoça és tu
Aérea fêmea,
Etérea
Avoada menina
Alva, cálida, cristalina

De elevada calma
A volitar livre,
Leve e solta
Acima de carmas e culpas,
E carnes esdrúxulas

Entre côncavos e convexos
Entre sonho e realidade
Razão e emoção
Nessa falta de nexo
De nossa parca humanidade

Sublime ser tu és
Em aurora no firmamento
Com suas elipses reticentes
Circunspectas retas
E arestas celestes

Pássaro nuvem
Que voa pelo vento
E busca, acima de tudo,
Libertar-se de padrões
E almas aprisionantes

Tão sólida e tão líquida
Mas sempre se evapora
E flutua pelo ar
Em atmosfera nebulosa
Ou condensada
Até atingir o ápice
Em elevada temperatura,

Quando, por súbito resfriamento adiabático,
Se precipita novamente
Em terra
Para que o ciclo se renove


Eduardo Campos Mendonça




Um comentário:

Carla disse...

DU,

Cada um de nós possui uma essência única, indivisível e eterna. Acrescento a este raciocínio teu belo pensamento traduzido em tão perfeitas palavras:

Essa essência única e indivisível é:
“tão sólida e tão líquida. Mas sempre se evapora e flutua pelo ar em atmosfera nebulosa. Ou se condensa até atingir o ápice em elevada temperatura. Quando, por súbito resfriamento adiabático, se precipita novamente em terra ara que o ciclo se renove”.