quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SAL A GOSTO


Você tem levado a vida com gosto

Ou nem sempre a alegria

Anda estampada em seu rosto


Se a casa cai, se afunda o barco,

Ou aquele amor deixou um gosto amargo

Na travessia, nem tudo é desgosto


Mesmo que a contragosto

Até pra quem engole sapo

Ainda resta um tira-gosto


Acredite, seja qual for o mosto

O futuro reserva alguma valia

Pra quem transpira e persiste


Isto posto, há nova chance a cada dia

De recomeçar ou satisfazer um gosto

Até mesmo em agosto


Mês do cachorro louco

Como o gosto do freguês

Ou o extravagante bom gosto do francês


Mas não se deixe levar pelo desespero,

Nem pela opinião dos outros

Muito menos pelo aparente exposto


Livre-se do apego e do imposto

E esteja sempre disposto

Pro que der e vier


Pois, a gosto dos homens ou de Deus

A vida é um poema composto

Que a gente escreve como quer



Eduardo C. Mendonça