Tudo está cinza,
Nebuloso,
Tudo está denso,
Chuvoso
Tudo está negro
Escuro,
Tudo está preto,
Obscuro
E o vento sopra gelado
Sem vida,
Sem alma,
Castigando dedos e lábios
É, o tempo está feio
Pesado,
Plúmbeo,
Esquisito
Nem mesmo o vermelho
Do sangue,
Da guerra,
Surgiu no horizonte
A linda mulher,
Coitada,
Agora está sem dentes,
Sem seios
Do homem honesto
Não sobrou quase nada
Só os restos
Só ossos
A frágil criança inocente
Caiu no abismo
E nunca mais voltará
Ao colo quente
O jovem adolescente
Perdeu a namorada,
Os amigos,
E os parentes
Até o velho cego
Percebeu a escuridão
Chegar
Assim de repente
Seus olhos viram
E ficaram perdidos
Foi a primeira vez
Que ele sentiu medo...
E eu vejo tudo isso
Na palma de minhas mãos
Só não vejo
O chão...
Eduardo Campos Mendonça
Um comentário:
Rolou um blues nervoso dessa hein.....
Tenho que te mostrar!
abs....
Postar um comentário