sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Infinito Amor




Repentinamente, me deparo
Com teu enorme abismo à minha frente
De súbito, me desencanto e me declaro
Mas não há como prender-me eternamente


Inexplicavelmente, me levanto
Ainda há um precipício logo adiante
Ato falho, resquício ou prenúncio-canto
De um inconformismo inerente?


Inexpugnavelmente, me entrego
E salto em pranto sem saber ao certo
Onde e quando cair, ou se o fim está perto
Já que me agarrar não posso, e a lutar me nego


É o universo que por ti clama,
Ou tu perdeste a verdadeira chama?
Na luz que por muito acompanhou este cometa
Agora repousa só o brilho de uma velha estrela preta


O amor se foi nas elipses do tempo
Cavou túneis, abriu novas dimensões e casamatas
Exibindo-me todas as alegrias e falhas,
E retornou à infinita fonte, no devido momento


É o amor que pediu passagem
Juntou suas tralhas, abriu novo caminho
E adormeceu sereno no teu carinho
Durante esta bela e longa viagem


Buraco negro em meu sistema solar
Big Bang em algum outro lugar

Eduardo C. Mendonça