De
repente fez-se noite
Em
meus dias
Mas
por que a surpresa
Se
nos encontramos ontem,
Antes
da meia-noite?
Eu
e ela, a noite
Foi
uma noite fria de verão
Noite
fria em meu coração
Foi
longa, quão longa aquela noite
De
vigília, de alucinação
Mas
eu esperava pelo dia,
Pelo
sol ao amanhecer
Esperava
a alegria,
O
sol alto, ao meio-dia
Mas
a noite, ah como é triste a noite
Quando
não quer amanhecer
É
como a alma de um poeta
Prestes
a morrer
E
morreu
O
poeta está morto,
Cego,
mudo, trôpego,
Em
estado de decomposição
Mas
ele ainda não deixou o mundo
Cava
ao longe o seu túmulo
No
abismo mais profundo
Entre
a sua alma
E
o seu coração
Eduardo C. Mendonça
2 comentários:
Quantas noites se passaram para sair este poema!!!
Me vi lendo algumas linhas de Fernando Pessoa, meu escritor favorito. Mas foi melhor, porque foi você, e eu te conheço pessoalmente.
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