quinta-feira, 24 de julho de 2008

O Culto e o Oculto

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Em vão, alguns poucos,
Tentam se tornar cultos
Numa busca ansiosa e fracassada
Por sabedoria e conteúdo

Falta-lhes experiência, por vezes sentimentos
Pois buscam a razão em tudo
Na literatura, na música,
Em toda forma de arte, em todas as ciências

E até mesmo nas coisas corriqueiras e menores desta vida
Que deviam ser consideradas maiores do que qualquer culto

Deixai pra lá essa procura desenfreada, desmedida
Pela lucidez, pela razão e pelo sentido no que está oculto

A verdade é uma só: toda busca se transforma em culto

Contudo, essa vil e inútil procura não chega a ser bela,
Nem ao menos é sincera, pois toda forma de culto
De uma forma ou de outra
Vem de uma ânsia indomável de se descobrir
O inexplicável em tudo o que está oculto



Eduardo C. Mendonça

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Me Deixem Comigo

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Certa vez me pediram
Pra esclarecer o meu dito
Pois o que eu havia escrito
Estava em contradição

Depois me falaram
Pra definir um estilo
Pedido que foi em vão
Já que regras não sigo

Outrora me disseram
Que esperam que minha vida melhore
Embora eu implore
Pra que abandonem tal preocupação

Ora, o que foi escrito
Está escrito, meu irmão
Fi-lo porque qui-lo
Não procure explicação

Contudo, sempre tive uma pretensão:
Parem de olhar para o próprio umbigo
E não se preocupem comigo
A vida é a única lição



Eduardo C. Mendonça

terça-feira, 22 de julho de 2008

Despertar

Grita em desafinado

agudo estridente

o galo da(o) (a)manhã:

- É hora de acordar pra vida!



Cada amanhecer,

uma nova oportunidade

Em cada canto,

um novo despertar de gente!


Eduardo C. Mendonça

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Maria Estrela

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Olha para o alto
Para o céu, Maristela
Desvia tua íris deste chão de asfalto
E procura qual estrela é mais bela

Verás que nessa vida tudo está ligado
Mesmo estando separado
Que tudo é tão próximo e tão distante
E certas coisas tão minúsculas, outras gigantes

Olha mais uma vez para o alto eu insisto,
Lá está teu coração, Maristela
Esquece essas mazelas, tudo isso é finito
E o que é realmente belo já está à nossa espera

Olha essa imensidão
E fita-a com calma da tua janela
Descobrirás que nesse universo não existe solidão
E que nenhuma estrela brilha como tu, Maristela



Eduardo C. Mendonça

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Distância

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Mal dita ânsia entre pares ímpar feitos.

Amiúde

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Um dia você aprende

Que não importa o que digam

Nem o que você sente

O que importa é o que você

Aprende


Eduardo C. Mendonça

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Vai e Vem do Amor

O amor é lindo,
Porém findo
O amor é infinito
Sempre maior
Sempre bem-vindo
E ainda melhor
Com vinho tinto

Amor, externo sangue,
Perto, distante,
Contraponto
Com o que, nas veias,
Ebule

E apaga
Para, de manhã,
Novamente
Acender o fogo,
Da gente
E botar água no bule,

E começar de novo
Tomar café com queijo e biscoitos,
Pão com manteiga
Entre muitos, muitos beijos
Após amar e mais amar
E terminar o coito


Eduardo C. Mendonça