Eu me tornei um homem de pedra
Silencioso,
Impenetrável,
Afeito cátedra
Preso neste bólido interior basáltico
Solidificado,
Eis-me fóssil,
Imperfeito e cético
Um homem de pedra incandescente
Gélido,
Indecifrável,
Rarefeito e descrente
Na quietude etérea
Primorosa
E instável
Da matéria
Afaste-se!
Não se aproxime tanto assim
Sou um homem de pedra
E o magma já não corre mais em mim
Um homem de pedra intrépido
Efusivo,
Eu volátil,
Desfeito e impávido
Imune ao estrume
Talhado de precipícios e cumes inabitáveis
Eu indelével,
Solitário e intransigente
Um homem de pedra altivo e ígneo
Contra os homens- feras
Eu imóvel,
A mirar o transcorrer das eras
Petrificado por Ilíadas desafortunadas
E areníticas batalhas
Sedimentadas em sangue
Sim! Eis aqui um homem de pedra, enfim
Eduardo C. Mendonça
5 comentários:
Alem de tudo es grande poeta.
Homem de pedra e de agua.
Te amo!
DU, definitivamente "precisa de doutorado" pra entender esse, kkkk!!! brincadeira, kerido, adoro seus poemas e filosofias, sempre nos fazendo esquecer um pouco da mediocridade do dia a dia e fazendo-nos pensar no que realmente importa... gde beijo!!!
Homem de pedra que sente as dores do mundo através das eras!
Guereiro na sua luta calada, sofrida de captar esses sentimentos, essas dores através das eras!
Mas acima de tudo é um POETA, pois com esse poder de percepção expresso através da poesia nos transmite esses sentimentos e essas dores e com isso nos acorda da letargia que nos persegue nos fazendo pensar nessa vida que é tão dura e tão bela.
Com carinho,
Carla
Quem lê até acredita...
Que magmáticamente transformaste-se e rocha ígnea e inerte...
Entretanto, morando vc na terra das tempestades... Tanta água em pedra dura...Rsrsrsrsrs
Saudades de tu... Tatu...
Apareça na Bahia... Algum dia...
Bjo grande!
não há pedra que à água resista.
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