Que
saudade do mato
Da velha
porteira
Do meu
manso regato
E daquela
laranjeira
Que
saudade matreira
Da
galinha e do pato
Daquele
povo pacato
Da moça
toda faceira
Não é
saudade pequena
De querer
buscar rapadura
Encontrar
saracura
E ouvir a
seriema
É saudade
ingrata
De ver
chuva na terra
De subir
colina e serra
E beber
garapa
É saudade
do jipe
Dos
brinquedos de lata
De fazer
piquenique
E amolar
a faca
Não é
saudade da escola
Ou dos
tempos de bola
É de
tomar pinga
E água na
moringa
Nem
saudade vazia
É de
“querê arriá o tordio”
Passar
manteiga no “mio”
E da
passarinhada que pia
É saudade
de preparar o arado
De
história de assombração
Vontade
tocar o gado
E de ver
procissão
É saudade
daquele simples café
Do
“paieiro” na varanda
Do fogão
de lenha com chaminé
E das
meninas em ciranda
É saudade
do carro de boi
Que roda como o tempo
Saudade
do que já se foi
De luar,
estrela e relento
É saudade
dura
“Qui as
veis endoidece, otras cura”
Mais é
saudade “dimais”
Saudade
de SerTão Gerais
Eduardo C. Mendonça