sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ao Filho Que Nunca Terei



Jaz neste rubro epicentro corpóreo

A telúrica ânsia multiplicativa

Falha torpe em minha reles rotativa

Ou nas sinapses do vulgo instinto arbóreo?


A sorver o sumo banquete pélvico

Em tácita sede humano-celeste

Deste ser tão mutante e hermético

Ver-se na trágica bica seca, em teste


Ímpeto vivus, posto vago, se esconde

Em desconexos vestígios do eu “um”

Eis a diária esfíncter de carmas, sonhos e valores

A prover o eu “muitos”, um a um


Sinuosa e antagônica chama disforme,

Que meu emblemático escalpo, do povo se salve

E ao mundo inteiro proclame e informe: eu já saí do trilho

Mais ainda quero gozar de algum gozo, meu filho

Eduardo C. Mendonça

Um comentário:

Paula Figueiredo disse...

Du, você é um poeta daqueles! Que poema incrível! É preciso que as pessoas leiam! Beijos!

E vamos confiar na vida!