terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ANTEPARO ANTEMORTE


Ouve-se um ruído

De repente, um estrondo

E um brame coletivo

Serpenteia em tua mente

Mas nada vês e nada sentes


Permanente eclipse em teus olhos

Nem sono, nem fome em teu corpo


Rente à margem, clamas por teus amigos...

Estão todos lá, apavorados,

Gritando e procurando por você

Mas, alheios, não respondem

Ao teu chamado


Necessitas de calma –

Coisa que nunca tivera antes

Mas desejas, acima de tudo,

Informá-los que te perdeste

E procuras em vão consolar-se

Sabendo que o que o preocupa não são eles


É essa sensação de abandono

De solidão eminente em tua alma

Como entender o que está acontecendo?

Sonho ou realidade?


Por um momento, voltas a raciocinar

E buscas um consolo

Ou mesmo um conselho

Mas não te resta nada

Nem paredes para se apoiar


Como sair desse labirinto?

Ora floresta, ora deserto

Ora amálgama, ora éter


De certo, estás embriagado

Talvez entorpecido

Mas não de haxixe, nem de absinto


Em circunspecto clarão, uma flor púrpura surge

E paira sobre o céu - prenúncio de novos tempos


De vida que se renova

Mas qual a prova?


Ante à pergunta, paro, e me paraliso:

Vida ou morte?


Eduardo C. Mendonça

2 comentários:

Paula Figueiredo disse...

Duuuu..... que lindo issoooo..... amei demais essa poesia........ que coisa hein? Pegou pra mim, fundo... até me inspirou a escrever outro algo... Me lembrou ´Cartas a um jovem poeta´do Rilke. vc já leu? Amooooooo... Me coloca lá simm... pleaseeeee....

Paula Figueiredo disse...

já tá láaaaaaaaaa.....bjs
leia, vc vai curtir!