Você tem levado a vida com gosto
Ou nem sempre a alegria
Anda estampada em seu rosto
Se a casa cai, se afunda o barco,
Ou aquele amor deixou um gosto amargo
Na travessia, nem tudo é desgosto
Mesmo que a contragosto
Até pra quem engole sapo
Ainda resta um tira-gosto
Acredite, seja qual for o mosto
O futuro reserva alguma valia
Pra quem transpira e persiste
Isto posto, há nova chance a cada dia
De recomeçar ou satisfazer um gosto
Até mesmo em agosto
Mês do cachorro louco
Como o gosto do freguês
Ou o extravagante bom gosto do francês
Mas não se deixe levar pelo desespero,
Nem pela opinião dos outros
Muito menos pelo aparente exposto
Livre-se do apego e do imposto
E esteja sempre disposto
Pro que der e vier
Pois, a gosto dos homens ou de Deus
A vida é um poema composto
Que a gente escreve como quer
Eduardo C. Mendonça